domingo, 22 de novembro de 2009

Metas brasileiras: verdade ou ficção?


O Brasil anunciou que reduzirá entre 36,1% e 38,9% suas emissões de gases do efeito estufa sobre as estimativas previstas para 2020 caso nenhuma medida de contenção fosse tomada. Esse número é imponente e movimentou a comunidade internacional. Sarkozy, Merkel, entre outros chefes de estado não pouparam elogios à medida brasileira. Vale lembrar que esse compromisso é espontâneo. Ou seja, caso o país não cumpra o prometido, não haverá nenhum tipo de punição. Diferente dos países desenvolvidos, que precisam cumprir obrigatoriamente suas metas de redução dos gases do efeito estufa. No caso de suas reduções de emissões não serem suficientes, esses países precisam comprar créditos de carbono no mercado para atingirem suas metas.

Sem dúvida, como disse o próprio ministro Minc, o anúncio brasileiro vem para dar uma carga de ânimo e otimismo às negociações sobre o clima em Copenhage. Nos últimos dias, com a afirmação do presidente Obama de que não é possível se chegar a um acordo nesta conferência , o clima ficou pesado. O Greenpeace chegou a satirizar: agora o presidente Obama deve mudar seu slogan para Yes, we can't!

Porém, os números anunciados pelo Brasil e que, certamente, serão aplaudidos em Copenhage, não podem ser esquecidos internamente, sobretudo, em 2010, ano de eleição, em que muito se fala, mas pouco se faz. O cumprimento dessa meta de corte de emissoões está diretamente ligado à queda do desmatamento na Amazônia, que é responsável por cerca de 75% das emissões brasileiras. Portanto, cumpri-la nada mais é do que fazer o próprio dever de casa: o de conter a vergonhosa destruição da floresta amazônica.



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