Pouco mais de um terço da energia solar gerada hoje no mundo está na Alemanha. Dos 15 gigawatts (GW), 5,3 GW são produzidos pelos alemães, que com isso levam o honroso título de maior produtor e consumidor de energia solar do mundo. Somente em 2009, cerca de 3GW a mais foram instalados, o equivalente à produção de três usinas de carvão de grande porte ou três usinas nucleares.
O recorde alemão ocorre graças ao plano do governo lançado há alguns anos que criou diversos incentivos fiscais e fontes de financiamento para promover o uso dos painéis solares fotovoltaicos no país.
E enquanto isso, no Brasil, crescem os investimentos em termelétricas. Da energia nova contratada nos leilões de energia do governo Lula, 63% são de termelétricas e 37% de hidrelétricas, como informou a jornalista Miriam Leitão.
Sem falar nos investimentos que serão feitos na construção de Angra 3, que consumirão quase R$ 7 bilhões.
Assim, o Brasil vai na contramão da história, sujando sua matriz energética e aumentando suas emissões de gases do efeito estufa. Sem falar no desperdício de seu enorme potencial solar. Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a média diária de radiação solar que incide sobre o território brasileiro ao longo de um ano é de 5,5 quilowatts-hora por metro quadrado. Índice equivalente ao do Deserto do Saara.
“O lugar menos ensolarado do Brasil recebe 40% mais energia solar do que o lugar mais ensolarado da Alemanha”, ressalta o especialista Ricardo Rüther, do Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Vale lembrar que o Proinfa, programa do governo lançado em 2004 para estimular o uso de energias renováveis, previa que cerca de 3,3 mil megawatts (MW) de fontes alternativas entrassem no sistema até 2008. No entanto, levantamento feito esse ano mostrou que apenas 1,9 mil MW estavam sendo de fato gerados.
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